Se a resolução da Câmara dos Deputados for adotada pelo Senado, e ambos cumprirem-na, a pressão da opinião pública poderá ter serventia no futuro
Estamos conversados, então, a Câmara dos Deputados e nós, cidadãos, que pagamos a conta: as passagens aéreas da cota (cinco por mês a cada um dos 513) serão emitidas apenas em nome do parlamentar ou, no caso de representação oficial, de um assessor credenciado que necessitará de autorização da Terceira Secretaria para viajar. A mesma secretaria autorizará, mediante justificativa, deslocamentos ao exterior. Não haverá cumulatividade de sobras não usadas no mês. Os bilhetes somente poderão ser utilizados no Brasil e em viagens relacionadas ao desempenho do mandato. E, por fim, a providência que permite a todos fiscalizar a moralização: cada parlamentar terá de publicar na internet a movimentação realizada, incluindo os trechos percorridos.
Se tudo o que está acima for adotado também pelos senadores, que esperam a decisão dos deputados antes de anunciar a sua, o Congresso terá dado um largo passo na recuperação de sua desgastada imagem na opinião pública. Desde que o anunciado seja cumprido, é claro, como, por exemplo, a disposição de que as viagens devem estar relacionadas ao desempenho do mandato. Se o parlamentar quiser viajar à Porto Alegre para o aniversário da mulher ou de filho precisará providenciar um encontro partidário, ou algo semelhante, pois festa familiar não se enquadra em desempenho do mandato, que possa ser informada na Rede. Não será fácil acostumar-se à nova prática, mas os congressistas podem encarar a dificuldade como uma compensação mais do que justa aos anos e anos em que correram frouxos na utilização privada do dinheiro público, do que estão livres de prestar contas, pois o passado foi perdoado. (Fonte Periscópio)
23/04/2009